quinta-feira, abril 05, 2007

Proa7-Educação Inclusiva

Contribuição aos debates da Educação Inclusiva do Proa 7

EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Aline De Negri Silva
Psicóloga
Artigo publicado na seção “OPINIÃO” do Jornal NH, Sexta-feira 30/3/07, p.20.

A educação inclusiva é atualmente um dos maiores desafios do sistema educacional. Criados na década de 70 teve início nos Estados Unidos e seus pressupostos fundamentam vários programas e projetos da educação.
As escolas, tanto da rede pública quanto da rede privada, ainda estão se re-adequando às necessidades e nem sempre têm profissionais plenamente capazes de dar conta da demanda que crianças com necessidades especiais apresentam.
É preciso, antes de tudo, fazer uma reflexão do que vem a ser inclusão? Ou seja, o conceito de inclusão refere-se a um processo educacional que visa estender ao máximo a capacidade da criança portadora de necessidades especiais na escola e/ou na classe regular. Envolve, entre outros fatores, fornecer o suporte necessário de serviços da área de Educação Especial através dos seus profissionais. A inclusão é um processo constante que precisa ser continuamente revisto, uma vez que inclui aspectos e dimensões vitais, tais como: fatores econômicos, culturais, políticos, religiosos, ambientais e todos os demais que por razões de qualquer ordem, possam excluir sujeitos.
Muitas vezes as pessoas em geral não entendem que a inclusão: não é levar sujeitos às classes comuns sem o acompanhamento especializado; não é deixar de dar atenção às necessidades específicas da criança; ou ainda fazer as crianças seguirem um processo de desenvolvimento único e homogêneo, para todas as faixas etárias de uma mesma classe escolar.
É necessário que se fique atento quanto às questões sociais que se referem à inclusão de um estudante com necessidade especial. A responsabilidade é de toda a comunidade escolar, e de toda a comunidade em geral. Além de representar uma oportunidade, um objetivo para que a comunidade não caminhe para um grupo de pessoas isoladas. O estudante com necessidades especiais é um catalisador de práticas e novos valores. Face à eloqüente e visível diferença das suas possibilidades, a presença deste estudante estimula a reflexão sobre os conteúdos, as metodologias, o sucesso de ensino e da aprendizagem feitos no dia-a-dia da sala de aula de nossas escolas.
Para finalizar deixo o conceito de “deficiência”, de Mário Quintana, trecho do poema Deficiências: “Deficiente é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem Ter consciência de que é dono de seu destino.”
---------------------------------------------------------------------------------
Achei muito pertinente colocar em meu blog este artigo, pois resume de maneira clara e concisa as idéias sobre inclusão de estudantes com necessidades especiais na escola. Quando a autora diz: “É necessário que se fique atento quanto às questões sociais que se referem à inclusão de um estudante com necessidade especial. A responsabilidade é de toda a comunidade escolar, e de toda a comunidade em geral.” Ora quando a responsabilidade é de muitos, se torna necessário um planejamento estratégico, um gerenciamento eficaz. E cabe a quem pilotar tal planejamento? No meu ponto de vista cabe ao diretor da escola ser o responsável pelo planejamento estratégico, pois quando o responsável maior por uma entidade não se envolve, o planejamento está fadado ao fracasso. Uma escola, deveria funcionar, no aspecto do gerenciamento, como uma empresa, onde se faz um planejamento definindo objetivos, prioridades, recursos, estabelecendo os responsáveis e, cobrando resultados. É muito inquietante ver como funcionam nossas escolas de hoje, com professores mal pagos, sem recursos para o material básico, com escolas entregues aos cupins, com professores desmotivados para o aprendizado das novas tecnologias que estão chegando, como informática, PAs, e de transformar-se num mídia-educador. É de nosso conhecimento a pirâmide das necessidades humanas, como pode um aluno com fome, sem pais orientadores, inseridos numa sociedade consumista e perdulária, ter motivação para concentrar-se em seu aprendizado? Como pode um professor aperfeiçoar os seus conhecimentos se está envolvido em dois turnos de aulas, para ter, ao menos, um pouco mais de dinheiro? Que tempo lhe sobra para ler revistas de educação e de interesse de sua informação e cultura? E quanto custa buscar essas informações? Quem pode ter um computador, e com banda larga? E quantas mais perguntas teremos que responder!

Nenhum comentário: